Última carta!

Pensei que já te tivesse esclarecido as tuas dúvidas, Z., mas parece que ainda não percebes-te. Esta será a última vez que te escrevo, e talvez um dia a possas ler e finalmente entender o porquê.


Já me perguntas-te várias vezes porque te deixei, porque desisti de nós e porque deixei de te falar, de querer estar contigo. E eu, já te respondi vezes sem conta para olhares para trás, e terás as respostas ás tuas perguntas. Não sei se é por não quereres ver ou se simplesmente te esqueces-te de tudo. Mas eu, não esqueci.Gostar de ti não é o termo correcto, porque toda a gente que assistiu à "nossa relação" sabe que foi muito mais que um simples gostar. Foi amor, que me apertava o coração, que o fazia bater com tanta força que parecia que ia rebentar a qualquer momento. Foi desejo louco por ti, foi sede da tua boca, necessidade dos teus abraços. Fui mais que uma simples namorada, porque não estive do teu lado só para satisfazer as necessidades físicas de um ser humano. Fui a pessoa que mais te apoiou, que sempre te deu a mão quando precisas-te mesmo sem pedir. Aquela que sabia o teu estado de espírito mesmo sem dizeres uma palavra. Sabia o que querias, o que não querias sem me pedires nada. Defendi-te com unhas e dentes, e que recebi em troca? Nunca te pedi que me agradecesses nada, porque não faço nada à espera de algo em troca, não sou interesseira. Mas nunca mereci o mal todo que me fizes-te. Nunca me pedis-te desculpa de todas as vezes que me feris-te o coração, a alma, e mesmo assim, dei-te oportunidades para mudares, e mudas-te mas para pior, cada vez pior. Só te importas-te contigo, só pensas-te em ti. Por momento algum te colas-te no meu lugar. Mesmo já sem forças para mais, consegui lutar por ti, que durou dezoito meses. Dezoito meses de dor intensa. Cansei disso, Z. Cansei de me magoar, de esperar por algo que não existe!
Nada do que me disses-te ontem foi novidade para mim, eu sabia-o mesmo sem o dizeres, só estava à espera de ouvir de ti. Demorou mas disses-te, isso é que importa. E não fiquei nem um pouco surpreendida com tudo aquilo que disses-te, apesar de dizeres mais do que aquilo que esperava. Porque tu és assim, e não irás mudar. Tanta gente gostaria de estar no teu lugar, ser amado (a) como eu te amei, mas nunca des-te valor a isso. Hoje eu sei que dás, apesar de não dares o teu braço a torcer, mas não precisas de o fazer, eu conheço-te como ninguém. Ainda sei de cor cada expressão tua, cada passo teu! Por mais que queiras, por mais que tentes, a mim não consegues enganar.
Ontem disses-te que «nada do que te disse foi sentido. Eu amei-te muito. A nossa relação foi a que mais durou. Foste a pessoa que mais me fez feliz». Pois, eu não acredito nas tuas palavras, não acredito em nada e não há nada que possas fazer, para que eu acredite. Porque eu sei que se fosse como dizes, a nossa história não teria levado o rumo que levou. Se amasses como dizes, não terias machucado como fizes-te. Fizes-te em mim uma ferida que já mais cicatrizará, por mais que tente, não fecha, a dor não diminui nunca. Apesar de não te guardar rancor, de não te desejar mal nenhum. Apenas não acredito, não confio em ti nem nas tuas palavras que apenas são ditas da boca para fora.
Aqui tens a resposta! E talvez um dia, possamos ser amigos.

Danizitha
Resposta à Silvia : vou fazer um curso de administração.